sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Estudante da UnB apresenta sistema de válvulas para equipe da Fórmula 1

Luana Lleras/UnB Agência
Felipe Borges, aluno de Engenharia Mecânica, em laboratório da FT 

Projeto de Felipe Borges reduz o peso e amplia a performance do motor. Trabalho foi mostrado na fábrica da Renault na Inglaterra
João Campos - Da Secretaria de Comunicação da UnB


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Por trás do vôo baixo dos carros da F1, a mais de 300 km/h, existe uma parafernália tecnológica que foge à imaginação. O melhor desempenho está nos detalhes, representados por décimos de segundo. Em busca de inovação em áreas como a Mecânica e a Aerodinâmica, todo ano a equipe Renault seleciona 11 projetos científicos de estudantes de graduação espalhados pelo mundo. Apenas um do Brasil. Na edição 2010 do Altran Engeneering Aacademy, em Eston, na Inglaterra, o representante brasileiro é da Universidade de Brasília.
Felipe Borges tem 21 anos e muitas ideias. A que despertou a gana de uma das maiores equipes da F1, imortalizada por pilotos como Alain Prost, é um novo sistema de válvulas – parte do motor que controla a entrada e saída de ar para queima de combustível. “O modelo que elaborei reduz o peso do motor em cerca de 15%, aumenta a performance do carro em 20%, diminui o uso de combustível e, assim, a emissão de gases poluentes”, afirma o futuro engenheiro mecânico.
O jovem brasiliense explica que o atual sistema de válvulas, usado tanto em veículos populares como nos de corrida, demanda energia em excesso dos motores. Chamado de “poppet”, o modelo consiste em dois cilindros – um para entrada e outro para saída de gás – que sobem e descem para permitir o fluxo de ar. “Além do peso das peças, o atrito é de ferro com ferro. É um sistema de alta força de inércia”, conta Felipe, destacando que na F1 o giro dos motores chega a 18 mil rotações por minuto.
Ana Rita Grilo/UnB Agência
Sistema normal de válvulas gera atrito e inércia

Além do alto consumo de energia, o sistema “poppet” está atrelado ao giro do motor, ou seja, quanto maior a velocidade, mais rápido as peças se movem. “Isso impossibilita um controle mais preciso da entrada de ar, o que permitiria atingir um desempenho ótimo do motor”, observa o aluno da Faculdade de Tecnologia (FT). No projeto selecionado pela Renault F1, Felipe apresenta um modelo com peças estáticas, feitas com um material especial, e que permite o controle das válvulas, independentemente do giro do motor.
PULO DO GATO – Para compor o sistema ideal, Felipe resgata um antigo tipo de válvula, desenvolvido e usado na primeira metade do século XX. Batizado de válvula giratória, o modelo é composto por um disco com uma abertura na extremidade. A peça gira sobre os buracos de entrada e saída de ar, alternando a abertura. “Por exigir menos força, o conjunto torna o motor mais eficiente”, diz Felipe Borges, que em julho passou dois dias na fábrica da Renault F1, na Inglaterra.
Aluno do 7º semestre de Engenharia Mecânica, ele conta que o sistema giratório acabou substituído pelo “poppet” na década de 1960, por problemas como o excesso de desgaste das peças e lubrificação. “Naquela época não havia tecnologia para montar discos resistentes o suficiente”, observa. Hoje, no entanto, os tempos são outros. O jovem de tatuagem na perna sugere o uso do DLC (Diamond Like Carbon) na fabricação das peças. “É um material resistente já usado em carros de corrida”.
Até aí, sem novidades. O pulo do gato do projeto brasileiro está em assegurar a independência das válvulas em relação ao giro do motor. Ao invés de um disco giratório, Felipe montou um sistema com dois discos idênticos e sobrepostos. “Por meio de um sistema elétrico, um deles pode ter a velocidade reduzida. Deslizando sobre o outro, aumenta ou diminui o espaço de entrada de ar nos cilindros de modo a atingir a máxima performance do motor”, descreve.
Marcelo Jatobá/UnB Agência
Os dois discos do sistema desenhado por Felipe são sobrepostos, e controlam a saída e a entrada de ar

PELO TELEFONE –
 Quando enviou o projeto para o concurso, Felipe estava em um intercâmbio em Praga, capital da República Tcheca. “Recebi a convocação para apresentar o trabalho junto com outros quatro finalistas brasileiros em São Paulo, mas ainda estava fora do país". Ás da tecnologia, ele acabou fazendo sua apresentação via Skype (programa que permite conferências de vídeos via internet).
Dos 11 trabalhos selecionados para ir à Inglaterra, apenas dois foram premiados com seis meses de estágio na Renault F1. O de Felipe não é um deles. Mas, para o estudante, o reconhecimento e a oportunidade de conhecer de perto a fábrica da montadora francesa, fundada em 1898, já representa o lugar mais alto do podium. “Foi um divisor de águas. Aquilo é outro mundo, simplesmente não há limites para a criação”, conta o jovem, que pretende seguir carreira na área de engenharia de motores.
O professor Alberto Diniz, chefe do Departamento de Engenharia Mecânica, elogia a iniciativa de Felipe. “É muito importante que nossos alunos se envolvam em projetos externos, fora das salas de aula”, comenta. O engenheiro destaca a qualidade do trabalho que, apesar de ter sido uma iniciativa do estudante, contou com a orientação de professores do departamento. “O projeto apresentou a pesquisa sobre a mecânica em si. Ações como essa elevam o nome da UnB e a formação de nossos alunos”.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Estudantes da UnB desenvolvem robôs para a Nasa

Luiz Filipe Barcelos/UnB Agência


Diego Viot e Flávio Dias passaram um mês nos EUA, onde ajudaram a criar protótipos de máquinas que devem explorar o espaço
João Campos e Thais Antonio - Da Secretaria de Comunicação da UnB


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A corrida espacial do século XXI passa pela Universidade de Brasília. Os estudantes de graduação da Faculdade de Tecnologia (FT) Flávio Dias e Diego Viot, ambos de 23 anos, foram selecionados para participar de uma parceria inédita entre o governo federal e a Agência Espacial Americana (Nasa). Em julho, a dupla esteve em Maryland, nos Estados Unidos (EUA), onde contribuiu com a criação de dois projetos pilotos de robôs que devem, em futuro não muito distante, explorar ambientes fora da Terra.
O Moondog (cachorro da lua, em inglês) é um dos projetos do Nasa Engineering Boot Camp que recebeu um toque brasileiro. Trata-se de um robô para a coleta de amostras de água e solo em ambientes inóspitos. "Fizemos um protótipo que será testado em regiões de difícil acesso da Groenlândia (ilha entre o oceano Atlântico e o mar Glacial Ártico, a leste do Canadá) em 2011", conta Flávio, aluno da Engenharia Mecânica. O objetivo é chegar a um modelo que se adapte às condições lunares.
Arquivo pessoal
O jovem ajudou a conceber o sistema de tração do robô. A primeira versão contou com quatro grandes rodas envoltas em correntes. "Essa opção se mostrou falha nos testes na areia, pois em lugares de neve ou terra fofa a máquina pode atolar", explica. A solução adotada pela equipe foram duas esteiras, como as usadas em tanques de guerra. "Assim aumentamos a área e diminuímos a pressão sobre o solo, o que garante maior sucesso na locomoção do robô", completa Flávio, aluno do 4º semestre.
Arquivo pessoal
Com cerca de 1,5m de comprimento por 1,5m de largura, a máquina movida a energia solar tem capacidade para transportar até 125kg de carga. O controle do Moondog ocorre via satélite. É aí que entra o trabalho de Diego Viot. "Criamos um microcontrolador capaz de direcionar as informações para dois processadores acoplados ao robô", detalha o futuro engenheiro elétrico. A tecnologia garante, por exemplo, que a máquina obedeça aos comandos de virar ou coletar uma pedra.        
PINGUIM - Os jovens participaram ainda de outro projeto do Centro de Vôos Espaciais Goddard, da Nasa. Batizado de Large, o programa busca desenvolver uma rede de robôs capaz de explorar ambientes de difícil acesso e relevo instável. "Existe uma máquina mãe que recebe comandos e conta com autonomia para redistribuir as informações entre os filhotes", explica Diego, que há um ano está na UnB por meio de um intercâmbio acadêmico com a Universidade Federal do Ceará.

O estudante participou do desenvolvimento de um software para um dos "filhotes", também chamados de "pinguins". Por meio de um dispositivo de raio laser, a máquina escaneia o ambiente e gera uma imagem 3D para localizar outros robôs que tenham se "perdido da mãe". "Criamos um programa que permite o mapeamento completo de uma área em 360º", conta Diego. Tanto o protótipo da "mãe", como o do "pinguim" já estão prontos para a primeira fase de testes, ainda em ambientes terrestres.    
SONHO - É a primeira vez que brasileiros participam de um programa do Nasa Engineering Boot Camp, que ocorre nos verões americanos. Além de Flávio e Diego, outros dois alunos, de Minas Gerais e Rio de Janeiro, estiveram no projeto que recebeu um total de 50 estudantes de diversos países, como Espanha, Argentina e México. "Foi um dos momentos mais importantes da minha vida", afirma Flávio, que nunca tinha viajado para fora do Brasil. "É a realização de um sonho representar o país na Nasa", completa Diego.
A dupla, que passou 30 dias nos EUA, teve os currículos selecionados em um projeto do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). O secretário para Inclusão Social do MCT, Roosevelt Tomé, explica que este é o primeiro passo para a aproximação entre as universidades brasileiras e a Nasa. "Nossa preocupação é garantir que os estudantes disseminem o que foi aprendido", disse. "Precisamos criar condições para que esse conhecimento fique no Brasil para que não exportemos cérebros para o exterior", completa o secretário.
Diego e Flávio vão buscar apoio para retornar à terra do Tio Sam em 2011. "Queremos dar continuidade aos projetos", afirma Flávio, que pretende seguir carreira na área espacial. Os estudantes acreditam que é preciso o engajamento não só do governo, mas também das universidades para que outros jovens tenham a oportunidade que eles tiveram. "Ainda há pouco investimento em intercâmbios como esse, que foi muito enriquecedor para nossa formação", observa Diego.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Óleo de macaúba pode baratear a produção de biodiesel

Óleo de macaúba pode baratear a produção de biodiesel
Pesquisa desenvolvida na UnB será apresentada no IV Workshop Internacional sobre Bioenergia e Meio Ambiente, na Bahia

Cecília Lopes - Da Secretaria de Comunicação da UnB

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Na próxima segunda-feira, 9 de agosto, começa o IV Workshop Internacional sobre Bioenergia e Meio Ambiente, em Salvador, Bahia. No segundo dia de encontro, Paulo Anselmo Suarez, coordenador do curso de Química Tecnológica da UnB, mostrará uma nova tecnologia para a produção de biodiesel utilizando como matéria prima o óleo de macaúba. “A produção de biodiesel fica cara por conta da matéria prima utilizada. Vamos mostrar uma forma de fazer o combustível com matéria prima abundante no Centro-Oeste”, explica Suarez.
A técnica está sendo desenvolvida pelo aluno de doutorado Melquizedeque Alves, do Instituto de Química da UnB. Ele ainda tem um ano e meio para concluir o curso, mas testes feitos durante os últimos seis meses revelaram que a nova tecnologia é eficaz para baratear a produção de biodiesel. “A soja é a matéria prima mais utilizada, mas sabemos que para ter a soja precisamos plantar e isso sai caro”, explica Alves. "Ainda não sabemos o quanto será mais barato porque deveríamos fazer um estudo específico para isso, mas temos certeza que ficará bem mais barato", completa Suarez.
Além da matéria prima, o processo de produção de biodiesel com óleo de macaúba também é diferente. Com a soja ocorre a transesterificação – uma reação química entre o óleo de soja, um álcool e um catalisador, como por exemplo a soda cáustica. Já o biodiesel com óleo de macaúba passa pela esterificação – outra reação química que utiliza o óleo de macaúba, um álcool e o catalisador, que neste caso é um metal, o cádmio. “O catalisador diferente é a nova tecnologia nesse processo de preparação”, explica Suarez.
Os processos diferentes de preparação ocorrem porque o óleo de macaúba é mais ácido que o de soja. Para ter a mesma qualidade de biodiesel, com uma matéria prima barata, é preciso modificar o processo de preparação do combustível. “Cada tipo de óleo precisa de uma tecnologia diferente para obter o biodiesel de boa qualidade”, explica Alves.
O biodiesel é um combustível biodegradável derivado de fontes renováveis, que pode ser obtido por diferentes processos, a partir de gorduras animais ou de óleos vegetais, existindo dezenas de espécies vegetais no Brasil que podem ser utilizadas.

PF investiga esgoto para combater tráfico de droga

Em teste realizado no Distrito Federal, polícia calcula consumo em 2 t/ano. É possível monitorar consumo por quarteirão e até mesmo localizar laboratórios que produzem cocaína
A Polícia Federal adotou um novo método para combater o tráfico de drogas no país: a análise da rede de esgoto das cidades.

Os primeiros testes foram feitos neste ano na rede do Distrito Federal e levaram a PF a calcular que o consumo de cocaína na capital federal é de duas toneladas por ano.

A pista deixada pelos usuários é uma substância química chamada Benzoilecgonina, expelida na urina.

É possível identificar até mesmo o consumo por quarteirão, dependendo do número de equipamentos instalados em uma região.

Além do mapeamento de áreas de uso, o método permite investigar laboratórios que produzem cocaína.

Em regiões onde há consumo da droga, geralmente a análise encontra quatro partes de Benzoilecgonina para cada uma da cocaína pura.

Se a relação se inverte e grandes quantidades da droga são encontradas, é provável que na região ocorra a lavagem de objetos usados na fabricação do entorpecente.

"As análises poderão orientar a repressão ao tráfico de drogas porque vão mostrar nos mapas as regiões onde se consome mais e onde as investigações devem ser intensificadas", afirma o diretor Técnico-Científico da PF, Paulo Roberto Fagundes.

O projeto, intitulado de Quantox (Quantificativo de Analitos Tóxicos), foi desenvolvido pelo Serviço de Perícias em Laboratório e Balística, órgão do Instituto Nacional de Criminalística da PF.

CRACK
O perito criminal federal Adriano Maldaner, chefe do serviço, diz que o objetivo é desenvolver análises para detectar vestígios de crack.

"O princípio ativo da pedra de crack é a cocaína, porém o crack é muito menos estudado que a cocaína. Nosso objetivo é produzir estudos inclusive para a comunidade acadêmica", diz.

Com as amostras colhidas em seis estações de tratamento de esgoto, nos dias 16 e 17 de março e 1º e 2 de junho, a PF calculou em, no mínimo, duas toneladas o consumo da droga.

Em 2009, cerca de 350 kg de cocaína foram apreendidos na região- com mais de 2,5 milhões de pessoas.

"Antes do Quantox, era difícil saber se as quantidades apreendidas pela PF eram significativas em relação ao combate ao tráfico. Com as análises, agora podemos fazer melhor esse tipo de avaliação", disse Maldaner.

As análises foram feitas em parceria com a Unicamp e UnB. Estudos semelhantes já foram realizados na Itália, Reino Unido, Suíça e EUA.
Samambaia foi a cidade em que pesquisa mais detectou cocaína
De acordo com a análise, média anual na cidade-satélite é equivalente a 27 doses por pessoa. Número encontrado pela PF é quase quatro vezes maior do que nas outras cidades que fizeram parte do projeto
A cidade-satélite de Samambaia foi a região do Distrito Federal onde a Polícia Federal encontrou o maior consumo de cocaína nas primeiras medições realizadas pelo projeto Quantox.

Os cálculos dos peritos criminais da PF ligados ao projeto apontaram um consumo médio por ano de 27 doses de cocaína por pessoa na cidade-satélite.

O resultado chama atenção por ser quase quatro vezes maior do que a média geral apurada pela pesquisa nas outras regiões pesquisadas do Distrito Federal.

De acordo com os resultados apontados pelo Quantox, nas outras cidades do Distrito Federal a média de consumo encontrada é de sete doses da droga por habitante anualmente.

As equipes da PF colheram amostras em seis ETEs (Estações de Tratamento de Esgoto) da região analisada: Sul, Norte, Riacho Fundo, Paranoá, Samambaia e Ceilândia (Melchior).

Essas ETEs são responsáveis pelo tratamento de cerca de 70% de todo o esgoto produzido e despejado nas redes de coleta do Distrito Federal.

ASSENTAMENTO
De acordo com o diretor técnico-científico da PF, Paulo Roberto Fagundes, Samambaia é uma cidade-satélite que teve origem a partir de um dos assentamentos criados pelo ex-governador Joaquim Roriz.

A cidade nasceu com o objetivo de abrigar as pessoas que migravam das outras regiões do país e começou a se desenvolver a partir de 1989. Hoje, Samambaia tem cerca de 150 mil habitantes.

O diretor afirma que a população do local é composta por uma maioria de habitantes nas faixas C e D de renda.

O diretor técnico-científico da PF afirma que ainda é preciso aprofundar os estudos sobre os números de Samambaia, mas as análises do Quantox permitem levantar algumas hipóteses sobre o resultado encontrado.

"Pode ser uma região onde estejam fixadas algumas "bocas" poderosas e em função disso haja um público consumidor maior na área", de acordo com o diretor.

Em números absolutos, os cálculos da PF apontam um consumo de 512 kg de cocaína por ano em Samambaia.

Em termos percentuais, essa quantidade corresponde a 37% do total consumido na área abrangida pela pesquisa do Quantox.

PLANOS
No segundo lugar no ranking do Quantox, está a cidade-satélite de Melchior, com 397 kg por ano, o que representa 27% do total.

Em seguida na lista aparece a Asa Sul de Brasília, com um consumo de 304 kg da droga (quantidade equivalente a 21% do total apontado pela pesquisa).

De acordo com Fagundes, a meta agora é levar o Quantox para outras cidades brasileiras e integrar o projeto aos trabalhos das autoridades ligadas ao combate ao crime organizado. "Para expandir o Quantox para outros lugares será necessária também uma negociação com companhias de água e esgoto de outros municípios", diz.
Fonte: Flávia Ferreira
Folha de S. Paulo
Sexta-feira, 06 de agosto de 2010
Notas de real têm traços da droga, diz estudo
Um estudo realizado pela Universidade de Massachusetts em 2009 em mais de 30 cidades de cinco países concluiu que 80% das cédulas de dinheiro que circulam no Brasil têm traços de cocaína.

Foram avaliadas dez notas no país. O Brasil foi superado apenas por Canadá, que, de acordo com o teste, tem 85% das notas contaminadas, e Estados Unidos.

A pesquisa diz que cerca de 95% das notas de dólar que circulam em Washington têm vestígios de cocaína. Em Boston, Baltimore e Detroit, os índices são de 80%.

Ainda de acordo com dados da pesquisa, a China e o Japão foram os países que apresentaram o menor nível de cocaína no dinheiro em circulação.

De acordo com os cientistas, as cédulas conservam restos da droga quando são usadas como "canudo" para inalação. Essas notas podem acabar contaminado outras que não serviram para consumir cocaína.

Segundo Yuegang Zuo, o autor da pesquisa, de maneira geral aumentou o número de cédulas com vestígios da droga nos últimos anos.

"Não sabemos com certeza por que houve esse aparente aumento, mas ele pode estar relacionado à crise econômica mundial, que fez com que mais pessoas estressadas recorressem à cocaína", disse.
Folha de S. Paulo
Com Agências
Sexta-feira, 06 de agosto de 2010